As medidas protetivas de urgência com o advento da Lei n.º 13.827/2019:

uma análise da possível violação ao princípio da reserva de jurisdição desde a Lei n.º 11.340/2006 (Lei Maria da Penha)

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.56081/revsusp.v3i2.359

Palabras clave:

Lei Maria da Penha, Violência Doméstica, Medida Protetiva de Urgência

Resumen

O presente artigo tem como objetivo analisar a Lei 13.827 de 2019, que inovou no ordenamento jurídico com a inclusão dos artigos 12-C e 38-A na Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). O trabalho examina a evolução dos mecanismos existentes e a assertividade do legislador ao permitir que as Medidas Protetivas de Urgência, que antes somente poderiam ser concedidas pela autoridade judicial, também fossem concedidas pela autoridade policial nos casos em que o município de residência não seja sede de comarca. Tal alteração foi objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade sob o argumento de violação ao princípio da reserva de jurisdição. Assim, o artigo também abordará as características da Lei Maria da Penha e seus mecanismos de proteção contra a violência doméstica. Foi utilizado o método de abordagem hipotético-dedutivo com a análise das legislações relativas ao tema e pesquisas bibliográficas. Conclui-se que a referida lei não padece de qualquer vício de inconstitucionalidade e não constitui violação ao princípio da reserva da jurisdição, sendo mais um avanço na proteção da mulher, em respeito ao compromisso constitucional e aos compromissos internacionais do Brasil para proteção da mulher vítima de violência.

Biografía del autor/a

Adrielle Leite Vieira, Polícia Civil do Estado de Alagoas

Policial Civil, graduada em Direito pela UFAL.

Alan Filipe dos Santos Araújo, POLICIA CIVIL DO ESTADO DO CEARÁ

Delegado de Polícia Civil, graduado em Direito pela UFAL.

Citas

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Publicado

2024-12-03

Cómo citar

VIEIRA, A. L.; DOS SANTOS ARAÚJO, A. F. As medidas protetivas de urgência com o advento da Lei n.º 13.827/2019:: uma análise da possível violação ao princípio da reserva de jurisdição desde a Lei n.º 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). Revista del Sistema Único de Seguridad Pública, Brasília, Brasil, v. 3, n. 2, p. 342–355, 2024. DOI: 10.56081/revsusp.v3i2.359. Disponível em: https://revistasusp.mj.gov.br/susp/index.php/revistasusp/article/view/359. Acesso em: 18 ene. 2025.

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